Prólogo

Nome: São tantos nomes, tantos rostos. Por hora basta que me chame de Sandman se te faz feliz

Local: Aqui, alí, acolá, onde a próxima página em branco se abrir

O que amo: Contos, RPG,
Musica, Livros, Poesias,
Filmes, beijos

O que odeio: Palavra forte demais
O que não tolero: falsidade, hipocrisia,
pergunta idiota, gente futil.

Minhas Metas: Ser feliz
não importa onde

Direitos Autorais: © Todos os
direitos são reservados. Os
direitos autorais são protegidos
pela Lei nº 9.610 de 19/2/98.
Violá-los é crime estabelecido
pelo Artigo 184 do Código Penal
Brasileiro. Se você quiser copiar,
não esqueça de divulgar a
autoria.





Links

Archives


4:22 PM
 

Hellenne De Bevilacqua


Despertar.... Os olhos azuis e plácidos se abriam suavemente, como se pudessem iluminar a pele delicada e pálida. Os traços finos e bem delineados que denotavam a incomparável beleza. Os lábios se esticavam em um sorriso pueril. Despertar... Hellenne sorria com o voltar a si. Mas estava tão fraca. A escuridão a qual estava acostumada lhe parecia tão pesada. Ergueu as pálidas mãos de pele retorcida pela ausência de vitae. E então à meia luz da lua se podia ver o rosto de traços belos porem de pele enrugada como se o peso dos séculos houvesse se abatido sobre ela.
- Gale.. – a voz delicada de menina saia entrecortada e fraca – Gale..
Os passos do rapaz poderiam ser escutados quando ele irrompia a câmara sob a mansão dos Bevilacqua. As paredes do lugar repletos de quadros que ilustravam a beleza que ela não podia ver.
- Aqui minha amada Hellenne.. – Gale ofegava. Os olhos jovens e explendidamente azuis pousavam sobre a mulher. E por tudo que lhe era sagrado enquanto ainda servia aos desígnios divinos, ela era linda. Ainda com a face desfigurada daquela forma, havia uma beleza encrustrada que fazia seus olhos brilharem intensamente.
E Gale podia sentir a mão ressequida que lhe afagava o rosto lentamente, enquanto ela se erguia graciosamente.
- Preparou o desjejum? – Os olhos doces buscavam os dele. Aqueles dedos finos e retorcidos a enroscarem-se nos densos cachos negros dos cabelos dele.
- Sim minha senhora, eu preparei a câmara, com 100. Não foi tão fácil juntá-los. Mas eu consegui.
- Leve-me até lá... – pedia com uma doçura que derretia toda a alma de Gale.
E ele a carregava nos braços deixando que a camisola de renda branca deslizasse sua barra pelo chão enquanto a transportava pelos corredores da galeria. – Gale..- E a voz de menina novamente se fazia sussurrar enquanto ele a carregava, quase que num pedido infantil. – Eu estou bonita?
Ele sorria. Não havia ser mais belo para ele em todo o mundo. Mesmo naquela carcaça ressequida ele ainda conseguia estar enebriado pela beleza da pele macia de tempos atrás.
- Como as mais belas noites de inverno minha senhora... – ele murmurava deixando que o nariz tocasse os dela suavemente apenas pela certeza de que ela sorriria com suas presas salientes.
E ele chegava enfim ao que chamava de câmara. Mais um cômodo daquela imensa galeria. E as vozes poderiam ser escutadas. Vozes, lamuriares, choros compulssivos de crianças. Ele a colocava cuidadosamente no chão, para que pudesse abrir a pesada porta de madeira. E os olhos vítreos de Hellenne poderiam contemplar seu paraíso. 100 pessoas estavam ali. 100 mortais coletados por Gale. E ela sorria debilmente.
- Muito bom meu menino.. muito bom.. – E então se dava conta da imensa fome que se abatia sobre seu morto ser, os pés descalços tocavam o chão e ela entrava naquele salão repletos de seres humanos nus. Homens, mulheres, crianças.. bebes.. e os olhos vítreos percorriam todos eles, como se estivesse numa feira a olhar a cor dos mais suculentos legumes.
Gale erguia a manga da camisa negra, e oferecia para ela seu punho. A alimentava com seu próprio sangue.. e a sensação de êxtase em entregar o seu vitae para sua amada senhora era plena a beirar o orgasmo, o rapaz gemia ao sentir as pernas fraquejarem. As pessoas presas naquele salão. E o milagre de Cain se fazia ver diante dos olhos incrédulos e assustados daquelas pessoas. O sangue de Gale que deslizava visivelmente pelas veias quase expostas pela pele retorcida e pálida. Os vazos que se enchiam de um vermelho denso grosso. Que revigoravam um pouco daquela pele. Ela podia escutar o bater do coração de Gale descompassar e então inciar a acalmar-se.. cansado.. rendido.. e ela parava o sugar. Soltava as presas sujas de sangue. E o olhar alienado para aquelas pessoas que gritavam desesperadas em clamor a sua vida. Gale recostava-se à parede de pedras frias e deixava o corpo cair. Os olhos cansados e saciados por ter sido mais uma vez dela. E os pequeninos pés tocavam o chão.. em passos delicados como os de uma bailarina. Sem que ninguém se aproximasse, a porta era fechada violentamente. E ela parava diante de um homem assustado. Os olhos quase brancos as presas e os lábios ainda sujos do sangue de Gale.
- Eu estou bonita?
O pobre homem gaguejava diante da face de sua morte iminente.
- Oh meu Deus.. Oh meu Deus..
Ela irritava-se.. era possivel ver o rosto contrair-se numa careta de birra... ele não só não lhe respondia como tinha coragem de dizer aquele nome em vão. E o homem era erguido do chão. Debatia-se.. enquanto as outras pessoas tentavam se esconder. Tentavam escapar do que não havia saída. E o martírio do homem chegava ao final quando as pernas se abriam em tamanho ângulo que o abria ao meio.. e era rasgado, o ruído de carne rasgando, ossos quebrando... e o sangue a jorrar sobre o rosto da mulher que deliciava-se com o banho de vitae.. e oi abria até que o cérebro pendesse e caísse ao chão partindo-se em pedaços.. o coração era arrancado da caixa torácica e levado aos lábios que comiam com voracidade. Era apenas a primeira carcaça.. e a pele ia revigorando-se pouco a pouco.. esticando-se sedosa sobre os ossos e músculos que ganhavam vitalidade. E os braços do abismo deslizavam por aquela sala.. empurravam pessoas contra paredes.. brincavam de aterrorizar suas vitimas enquanto ela tinha a camisola outrora branca banhada em sangue e viceras. E então um choro inocente lhe chamava a atenção em meio a tantos gritos. Os olhos azuis vertiam para a criança no colo de uma mulher. Um bebe.. Ela inclinava a cabeça na direção do pequenino, enquanto a mulher meneava negativamente a dela, tentando em vão proteger aquele pequeno corpo.
- Não.. não. Não..
Ela sorria, a cabeça inclinada levemente, o sorriso estirado no rosto que já estava mais juvenil e a mulher sentia a força dos braços que eram arrancados e jogados para o lado caindo diante dela.. e os braços do abismo tomavam a criança para si, e arrancavam a cabeça da mulher.. trazendo-a para Hellenne.. que bebia da medula o vitae antes de joga-la para o lado e permitir aos olhos brancos vislumbrarem o bebe.. Ela sorria com a criança no colo. Sujando a pele do bebe de sangue, e a criança chorava assustada pelos gritos e então como que por encanto, ao vislumbrem os olhos que se tornavam vítreos novamente, na face que se fazia bela e delicada ainda que banhada em sangue a criança parava de chorar.. sorria encantada com os pequenos bracinhos a tocarem o rosto da mulher. Hellene deixava que os lábios tocassem as mãos pequeninas em sorrisos delicados.. e então vinha novamente a imagem do predador. As presas exibiam-se e rasgavam violentamente o rosto do bebe. Arrancavam pedaços da face.. e dilaceravam todo o pequeno corpo que tinha entre os braços. Deixando apenas a carcaça do que outrora fora um belo e rosado bebe ao chão. Ela sentia-se rejuvenecer a cada nova vitima que fazia naquela caçada doentia e violenta. E as horas corriam noite adentro. Gale escutava aolonge os passos delicados e abria os olhos lentamente. A vista turva lhe permitia ver belos e pálidos pés banhados em sangue, peles e víceras. Uma camisola molhada de sangue que grudava à pele, denotando as coxas bem torneadas o corpo esguio de curvas delicadamente bem talhadas. Os seios rijos e medianos. Os cabelos ruivos mesclavam-se à cor rubra que agora lhe cobria o corpo. E os olhos azuis tão claros adornavam o rosto de uma beleza sem igual. Ela lhe afagava os cabelos levemente.
- Como eu estou Gale? – Ela o tomava nos braços. Gale era o único ser que tratava com certo carinho, pela necessidade de te-lo perto. Mordia o próprio lábio agora tão vermelho e convidativo e deixava que o sangue vertesse dele para os lábios do rapaz. – Vc também precisa de um desjejum...



Rabiscado por Sandman

1 :... Encontre a si mesmo ...: